O dia em que eu parei de comer unha.


Nunca imaginei que fosse escrever tudo isso aqui. Não deveria talvez. Mas agora, agora eu consigo escrever! Eu mudei. Mudei tudo. Olhando pra mim, talvez não dê para ver. Mas não sou a mesma pessoa. Talvez, ontem, fosse o pior dia da minha vida. Mas pelo menos não foi o último. Eu jurava que meu dia ontem, terminaria dentro de uma igreja, ou dentro de um hospital. Transtornada, perdendo alguém que amo, perdi meu emprego, perdi totalmente o senso. Não sei se era eu. As ruas me chamavam, eu queria correr ali. Sozinha, ou melhor, quase sozinha. Ainda não sei porque digo que estou sozinha, que sou assim. Ingrata que sou com algumas pessoas. Me perdoem, mas nisso também eu mudei. Eu consigo agora, enxergar minha vida. Meus pais, alguns amigos, além de você. Um espaço seu que ainda não tem nome, talvez nunca tenha, por ser tão complexo. Amor, amizade, irmandade, preocupação, respeito, atenção... o amor escolheu você pra mim, pra eu te mostrar o mundo, além do meu mundo, pra você simplesmente viver bem. Conheço mais a você do que a mim. Não vou sair assim, sem nenhum porque bem explicado. Nunca vou sair, fora de cogitação.

Aprendi mais uma vez. Aprendi que os amigos existem sim. Quase nunca se está sozinho. Aprendi que covardia é preciso, mas covardia demais mata. Aprendi que desistir, é a pior escolha, seja sozinho ou juntos. Aprendi que a raiz sempre dá nutrientes, mesmo até pra folha que fica mais alta na árvore. Aprendi que viver é a melhor coisa pra se aprender. Chorar, falar e gritar não é perda de tempo. Mas conversar da forma mais sincera possível deixa tudo mais claro. Aprendi que não posso mais comer unha. Que fico pálida demais loira.

Não só você, mas foi você quem me ensinou.

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