Eu deveria tomar um banho, tirar minha maquiagem, lavar
esses mes pés tão sujos. Deveria arrancar um bocado de
coisas da cabeça, selecioná-las muito bem e jogar as outras
fora. Mas cá estou eu, escrevendo de novo. Sozinha, como eu
disse com frases de músicas por aí, eu nunca havia me sentido
assim antes. Talvez eu sempre tenha sido só, mas só percebi
agora. Os meus maiores medos, cairam em terra. São fatos
relatados agora. Todas as esperanças estão mesmo na corda
bamba, dançando e dançando, quase caindo. Será que não
deveria ter me entregado? Hora nenhuma? E como eu sentiria
amor? Por vezes, sonhei que não receberia o superficial, e
olha o que me vem! Como acreditar em exatamente tudo, se
tudo em uma fração de segundos, parece virar pó pelo ar?
É por isso que eu deveria tomar um banho, arrancar de mim
tudo isso. Me reinventar. Chorar tudo que puder. Deveria olhar
pro jardim e dizer bem alto, que talvez não adiante que eu
regue minha planta todos os dias como eu faço, porque os
lírios podem nunca vir. Nunca. Esse blues e esse soul latejando
na minha cabeça, e eu deveria talvez encarar com força, com
vontade. Esse sol maravilhoso lá fora e eu deveria então
estudar ao ar livre. Talvez eu volte a pintar meu rosto, a
cantar com a maior força do mundo mesmo que dentro de
casa, a dançar sem medo de ser ridicularizada. Porque estarei
me entregando a mim mesma, e nisso, não há como errar.
Enquanto isso, eu espero. E chega de prever o futuro.

Diziam por aí, que a melhor forma de prever o futuro, é
criando-o. Pois dessa vez, ele é que vai se decidir sozinho.
Quando eu sonhei e era platônico, se realizou. Não era bem o
que havia criado em minha mente.

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