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Havia um menino por aqui. Um garoto loiro, que corria pela casa
feito maluco, diziam que ele nunca parava. Só quando dormia,
pela noite e olhe lá. Era um menino engraçado pela forma de
conversar. No início, quando era bem pequeno, subia pelos
armários da casa a fim de descobrir um mundo por detrás deles.
Ou por dentro mesmo, quando entrava e se escondia entre as
roupas, o que fazia mamãe gritar muito. Me lembro de quando o
citavam como 'terrível', 'impossível' e um tempo depois, hiperativo.
Diziam que não ia parar nunca, se não dessem um jeito. Já havia
quebrado a perna, tão bebê. Já havia perdido unhas, dentes,
ganhou galos e ematomas pelo corpo. O menino parecia querer
alcançar o céu as vezes. Foi ele, o primeiro da casa a gritar com
mais força contra os pais, quando se achava no direito. Foi ele, o
primeiro a fazer rir com histórias que inventava, incríveis e
mágicas. O garoto foi crescendo, aos poucos, com a cabeça cheia
de sonhos e idéias revolucionárias. Era o pequeno 'geniozinho que
morava logo ali'. Capricorniano, parecido com o pai, mania de
perfeição. Chorava quando sua nota não era a total. Toda sua
energia e vontade de escalar armários, se transformaram em
raciocínio e inteligência. O menino fala sem parar, como se o
mundo fosse acabar amanhã, como se todos tivessem que se
inteirar da metade das coisas que ele sabe. Porque ele sabe, sim.
Pois sinto muita falta desse tal menino. Da correria pela casa, em
busca da resposta científica sobre esse ou aquele assunto. Sinto
falta do garoto desbocado, que gritava sem vergonha quando
estava feliz... Sinto muita falta. É por isso que quando posso, falo
com o menino pra vir logo. Do garoto hiperativo que só para de
falar quando já não aguento mais ouvir. Porque a casa parece
grande demais. Mesmo não cabendo todo mundo que está aqui,
e que espera por ele. Ei menino, volta logo, preciso saber como
anda o mundo!
feito maluco, diziam que ele nunca parava. Só quando dormia,
pela noite e olhe lá. Era um menino engraçado pela forma de
conversar. No início, quando era bem pequeno, subia pelos
armários da casa a fim de descobrir um mundo por detrás deles.
Ou por dentro mesmo, quando entrava e se escondia entre as
roupas, o que fazia mamãe gritar muito. Me lembro de quando o
citavam como 'terrível', 'impossível' e um tempo depois, hiperativo.
Diziam que não ia parar nunca, se não dessem um jeito. Já havia
quebrado a perna, tão bebê. Já havia perdido unhas, dentes,
ganhou galos e ematomas pelo corpo. O menino parecia querer
alcançar o céu as vezes. Foi ele, o primeiro da casa a gritar com
mais força contra os pais, quando se achava no direito. Foi ele, o
primeiro a fazer rir com histórias que inventava, incríveis e
mágicas. O garoto foi crescendo, aos poucos, com a cabeça cheia
de sonhos e idéias revolucionárias. Era o pequeno 'geniozinho que
morava logo ali'. Capricorniano, parecido com o pai, mania de
perfeição. Chorava quando sua nota não era a total. Toda sua
energia e vontade de escalar armários, se transformaram em
raciocínio e inteligência. O menino fala sem parar, como se o
mundo fosse acabar amanhã, como se todos tivessem que se
inteirar da metade das coisas que ele sabe. Porque ele sabe, sim.
Pois sinto muita falta desse tal menino. Da correria pela casa, em
busca da resposta científica sobre esse ou aquele assunto. Sinto
falta do garoto desbocado, que gritava sem vergonha quando
estava feliz... Sinto muita falta. É por isso que quando posso, falo
com o menino pra vir logo. Do garoto hiperativo que só para de
falar quando já não aguento mais ouvir. Porque a casa parece
grande demais. Mesmo não cabendo todo mundo que está aqui,
e que espera por ele. Ei menino, volta logo, preciso saber como
anda o mundo!
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