Ei mãe. Eu sei que não é dia das mães, nem nada do tipo. Seu aniversário já passou também. Mas eu queria te falar algumas coisas. Queria que você lesse as coisas que escrevo agora. Talvez assim, eu conseguisse te mostrar como me sinto agora. Impotente. Fraca. Escutando seus gritos lá fora do quarto, como um deja vu incansável, que nunca, nunca desaparece. Eu queria muito não ser sua. É. Ser sua me dá um peso no coração mãe. Ser sua, me faz pagar um preço, por ver seu rosto, sentada no sofá, marcado pelos anos de arrependimento. Eu sei que se arrepende. Talvez, se arrependa até de ter sonhado comigo um dia. Sonhado com uma menina linda, delicada, com uma boneca. Ei mãe, eu não sou uma boneca. Não é possível me controlar assim mãe. Eu queria não ser covarde, e queria conseguir te dar um abraço em silêncio, quando dá seus gritos, quando me pede pra desaparecer mais uma vez. Queria te dar sim um motivo pra você sorrir. Mas não sei mais o que pode te fazer sorrir. Na verdade, nunca soube. Talvez, uma felicidade instantânea mãe, não compensa. O dinheiro, não vale o que dizem que vale. De que adianta sorrir por coisas superficiais, enquanto dentro de você, não há um só motivo pra continuar sorrindo? Ou existe mãe?
Sei que era uma menina popular, cativante, cheia de energia e de vontade de curtir a vida e conhecer mais gente e mais mundo. Sei que é apaixonada por festas até hoje. Sei que se arrepende por hoje, viver em função de filhos, que, para você, não dão motivos alegres de risos ou orgulho. Bem, eu principalmente. Já disse isso tantos dias seguidos, seguidos. Uma filha como eu, é pior do que uma filha desvirtuada, com filhos no colo, no chão, e um homem ao lado. Mas eu não sou uma boneca mãe. E não, não quero filhos no colo, nem um homem ao lado.
Eu queria te mostrar como dói ver você amarga o tempo todo, e contente e feliz com as pessoas que mal conhecem nossa família. Pessoas que chegam do nada, tomam um lugar em sua vida e substituem o pouco que tinha dentro de casa.
Eu não sou a filha que queria, mas sou a filha. E serei. E não terei filhos. E vou lhe mostrar mãe, um dia eu consigo. Vai ver que posso ser melhor do que as garotas graciosas, lindas, educadas, com filhos no colo e um homem do lado. Porque eu, eu sou de verdade.
Sei que era uma menina popular, cativante, cheia de energia e de vontade de curtir a vida e conhecer mais gente e mais mundo. Sei que é apaixonada por festas até hoje. Sei que se arrepende por hoje, viver em função de filhos, que, para você, não dão motivos alegres de risos ou orgulho. Bem, eu principalmente. Já disse isso tantos dias seguidos, seguidos. Uma filha como eu, é pior do que uma filha desvirtuada, com filhos no colo, no chão, e um homem ao lado. Mas eu não sou uma boneca mãe. E não, não quero filhos no colo, nem um homem ao lado.
Eu queria te mostrar como dói ver você amarga o tempo todo, e contente e feliz com as pessoas que mal conhecem nossa família. Pessoas que chegam do nada, tomam um lugar em sua vida e substituem o pouco que tinha dentro de casa.
Eu não sou a filha que queria, mas sou a filha. E serei. E não terei filhos. E vou lhe mostrar mãe, um dia eu consigo. Vai ver que posso ser melhor do que as garotas graciosas, lindas, educadas, com filhos no colo e um homem do lado. Porque eu, eu sou de verdade.
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