Eu parecia um carnaval. Desci a passos muito lentos, queria ver cada milímetro que caminhava. Não podia acreditar. Não, não era possível. Meu consciente me pediu pra disfarçar, cada palavra. Tratei de fugir um pouco das explicações. 'Por que está aqui afinal?' Não importa! Nem um pouco. Era tão bom, e eu não podia acreditar que iria sentir tudo outra vez. Fiquei olhando do portão de casa, entrei e mal consegui pronunciar muitas palavras. Não havia muito a fazer, eu não iria conseguir muito tentando falar por um computador. Sorteei a vez a algum desavisado. Resolvi me deitar. Acho que minha mãe percebeu que havia algo estranho. Mas não disse nada. Me viu sorrindo, comendo, e somente sorriu também. Me deitei, sem saber se usaria o tempo sem sono pra ficar lembrando e pensando, ou se usaria o tempo sem sono pra esperar o sono chegar mais rápido. Aconteceu um pouco dos dois. Inevitável não querer mais um daquele abraço, daquele beijo discreto no ombro. Inevitável não pensar e me perguntar 'e agora'? E agora nada, e agora nada. Disse pra mim mesma. Abri minha mão e coloquei em cima do meu rosto. Aquele cheiro que insistia em passar pra mim. Inevitável também. Sorrisos sem explicação. Pensei que se tivesse feito mal à você, talvez nunca mais aconteceria. Fiquei triste. Fiquei feliz outra vez. Parecia um carnaval. Uma criança num carnaval. Tentando agora, pegar no sono. Será que viria mais um sonho essa noite? 'E o que importa mais um sonho Sofia! Vai dormir vai?' Aos poucos, fui dormindo, aquele aroma embriagante, que, confesso inalava as vezes pra conseguir sorrir. Não pergunte o que acontecerá. Nem eu mesma quero saber. O que eu quero? Acho que é nunca conseguir sair daí de dentro. Não tenho muitas pretensões, nunca tive. Mas dessa vez acho que não posso esconder.


Você vai continuar aqui intacto, na minha vida, na minha cabeça confusa.
A sua vida imprevisível, deixou a nossa validade invisível...
E o meu amor imperecível.

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