Sem querer dizer adeus.

Na porta da rua. Na porta da vida, onde o outro lado é a morte. Há alguém atrás, querendo me empurrar. Na porta da alma, e eu tão calma a fim de chorar. Me falta esse ar, me empurra o oxigênio contra o travesseiro. Saliva não basta, a calma se afasta, me vem o desespero. Me entrego desatenta, flácida, lenta, aos gritos e prantos. Me afogo em agonia, antes mesmo de ir, eu sofro, me mato, eu morro só de sentir.

Eu peço um remédio, eu juro e me entrego mais uma vez. Me deixem, me esqueçam, na porta da rua eu prefiro ficar. Que gritem, que batam, que o mundo desate a andar. Vou com ele, meus sonhos, uma mala bem grande e uma estrela na mão. Esta para os pedidos, na mala os sonhos escondidos e o resto do espaço para o coração.

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