Começaram alguns foguetes do lado de fora da casa. Não entendia, não me lembro de nenhum tipo de comemoração para hoje. A cada trinta segundos, estouram mais um. E mais um. E a cada foguete, vai ficando mais e mais perto de mim. E eu já não sei bem o que fazer. Não sei se corro e peço colo a ninguém, não sei se fico e deixo que os foguetes me explodam a cabeça, pra que tudo acabe de vez. Quero dormir e esquecer um pouco todos esses estouros. Porque quando durmo, eu tenho as melhores lembranças. Tenho um par de olhos brilhantes, diante do meu rosto. Não há gritos, nem aqueles dentes chamando à morte. Não há marcas, não há. Não há nada de ruim, quando eu durmo e sonho. Só estou deitada, a olhar aquele par de olhos, que me acariaciam a pele e o cabelo.
Eu não quero deixar de amar, nem de viver.
Eu só queria que não existissem foguetes.
Ou prefiro dormir e ficar sonhando, pra sempre.
Eu não quero deixar de amar, nem de viver.
Eu só queria que não existissem foguetes.
Ou prefiro dormir e ficar sonhando, pra sempre.
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