Fiquei a olhar a imensidão daquele lugar, que confesso, era bonito, luxuoso, eu só havia visto pela tevê, mas não me fazia bem. Aquela mansão, eu no jardim, só queria estar noutra casa, que fosse a dos meus pais, bem pequena. Ninguém me via, tampouco me ouvia, minha mãe me encheu de carinhos que eu não queria comprar, pelo preço ser alto demais... Meu irmão chutava uma bola no campo e, conversando sozinho e narrando o próprio jogo, dizia que o juiz mandara repetir o lance porque ele havia errado. Meu pai virava copos e me sugava com os olhos, parecia satisfeito, pois eu, estava insatisfeita. Fiquei no mesmo lugar, durante quase todo o tempo, como se não houvesse espaço que me coubesse, mesmo que aquela casa fosse enorme tanto lá fora, quanto lá dentro. Durante o dia inteiro, conversei com todos, sem olhar nos respectivos olhos. Deu no que deu. O dia, terminou em chuva.
Eu falo como se fosse a primeira vez. Sinto medo como se tivesse ainda quinze anos. E já que falar tudo que eu queria não tá adiantando muito, não vai mudar... eu peço que faça qualquer coisa, pra eu não ver mais beleza em qualquer lugar ou coisa que tenha você. Grata.
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Moral da historia: 24h são exatamente o que precisamos rs