Vê? Minha cabeça aberta, na sua frente, entupida de merda. Olha bem, a que ponto cheguei. Vê, esse corpo estranho e nada uniforme, e as palavras que quase nunca saem nítidas. Cabelo por toda parte, e somente perguntas, sem muitas respostas ao alcançe. Antes, eu dificultava e deixava de ser clara por modismo. Gostava de ser questionada e de responder. Mas daí me viciei e hoje, simplesmente não consigo ser clara com muitas coisas. Muito menos comigo mesma. Vê? O que fui e o que sou hoje. Me sinto plantada, quase enterrada no chão, debaixo dele, não sei. Queria ter me arriscado um pouco mais. Podia talvez, ter gritado antes, ter histórias a contar. Podia ter me arriscado a sofrer mesmo, de cara ao vento, nua, ou totalmente vestida de menina má. Você tinha toda razão. Daqui a uns anos, vou dizer que... bem, eu nunca fiz nada demais.
Eu falo como se fosse a primeira vez. Sinto medo como se tivesse ainda quinze anos. E já que falar tudo que eu queria não tá adiantando muito, não vai mudar... eu peço que faça qualquer coisa, pra eu não ver mais beleza em qualquer lugar ou coisa que tenha você. Grata.
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