Abracei a boneca que me restara, com força.
Agora, tínhamos problemas mais sérios. Pais e mães a cuidar. Não havia motivos para pensar em ciúmes malucos, nem no tamanho dos sentimentos dentro de cada uma. Somos nós e nós, com tudo que nos une e separa.
Fechei meus olhos e tentei apagar as coisas ruins. 
O que mais odeio, é pensar que as pessoas que ficam lá fora, na rua, não entendem o que nós, aqui dentro, passamos. Se choramos pelas ruas, sujas, buscando um meio fio para sentar, ou se gritamos entre muros e portões é porque nos sufoca, e esse mundo não foi feito pra nós. Veja com os olhos bem abertos, que ninguém mais consegue amar sem esperar a troca.

Lá vamos nós, mais uma vez.
Me deu a mão, e na outra, a boneca pendurada.
Comecei a sonhar.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog