-Desça já daí menina! - Gritei sem muito pensar. Se tivesse parado e refletido, aquele grito poderia ser fatal.
Ninguém me respondeu.
-Ok, então terei que chamar mais alguém pra te tirar daí de cima. - Uma ameaça, que a fez olhar pra mim e deixar o abismo que estava logo ali por instantes.
-O que quer? - Perdi o controle.
Silêncio novamente. Voltou-se para o vácuo e a vista da cidade lá embaixo.
Foi um vácuo também que me invadiu o peito, apertou tanto que pensei estar fazendo alguma coisa errada.
Eu, particularmente estava muito bem e havia subido a serra a fim de liberar minhas energias positivas naquele dia. Tentava deixar de ser egoísta e passar a acreditar que, ali, naquele lugar, se concentravam energias de toda a cidade.
-A vida não é boa pra todo mundo. - A voz saiu seca, fraca. É só.
-Mas é a vida. - Falei meio ignorante.
A garota desceu com os olhos baixos, o corpo trêmulo e andar nervoso. Desceu de uma pedra alta, que era fim de um pequeno monte. Abaixo era um abismo, onde frequentemente carros e bicicletas caiam por acidentes ou suicídios cometidos por gente que, dizia ter alguns motivos. Quem sou eu para julgar tais motivos, afinal são tantos. Mas, depois desse dia, resolvi voltar mais vezes. Ali, gente de todo tipo e com todos os problemas (do mundo) iriam aparecer. Distribuir energias. Captar outras. Assim por diante. Não me vi heroína em momento algum. Somente agradeci.
A menina desceu uma ladeira abaixo e entrou no meio da mata, sozinha. Pelas roupas sujas e o cabelo farto, concluí que não comparecia em casa a muito tempo. Se é que havia casa. Os olhos grandes, o corpo magro. Entendi mais ou menos alguma coisa. Ela não tinha mais ninguém.
Fictício.
Ninguém me respondeu.
-Ok, então terei que chamar mais alguém pra te tirar daí de cima. - Uma ameaça, que a fez olhar pra mim e deixar o abismo que estava logo ali por instantes.
-O que quer? - Perdi o controle.
Silêncio novamente. Voltou-se para o vácuo e a vista da cidade lá embaixo.
Foi um vácuo também que me invadiu o peito, apertou tanto que pensei estar fazendo alguma coisa errada.
Eu, particularmente estava muito bem e havia subido a serra a fim de liberar minhas energias positivas naquele dia. Tentava deixar de ser egoísta e passar a acreditar que, ali, naquele lugar, se concentravam energias de toda a cidade.
-A vida não é boa pra todo mundo. - A voz saiu seca, fraca. É só.
-Mas é a vida. - Falei meio ignorante.
A garota desceu com os olhos baixos, o corpo trêmulo e andar nervoso. Desceu de uma pedra alta, que era fim de um pequeno monte. Abaixo era um abismo, onde frequentemente carros e bicicletas caiam por acidentes ou suicídios cometidos por gente que, dizia ter alguns motivos. Quem sou eu para julgar tais motivos, afinal são tantos. Mas, depois desse dia, resolvi voltar mais vezes. Ali, gente de todo tipo e com todos os problemas (do mundo) iriam aparecer. Distribuir energias. Captar outras. Assim por diante. Não me vi heroína em momento algum. Somente agradeci.
A menina desceu uma ladeira abaixo e entrou no meio da mata, sozinha. Pelas roupas sujas e o cabelo farto, concluí que não comparecia em casa a muito tempo. Se é que havia casa. Os olhos grandes, o corpo magro. Entendi mais ou menos alguma coisa. Ela não tinha mais ninguém.
Fictício.
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