Essa pinta de careta que me consome pelas noites mais intensas. Esse mundo inteiro que vejo espalhados em rostos tão distintos. As ruas tão desconhecidas e simultaneamente tão bem vindas pra mim. Pra minha vida. Tudo isso, e aos poucos um pouco mais de rostos e vozes finas me fazem permanecer exatamente onde estou. Me fazem firmar quem sou, o que quero e o que (ainda) detesto. Sinceramente, criei asas. Mas isso não quer dizer que vou sair a voar por aí, sem destino. Quer dizer que conheço um pouco mais de tudo e todos. Mas ainda sou figurante pelas ruas, e sabe bem, que odeio entrar em cena. Odeio, porque tudo muda, do oito para o oitenta. E se mudar, talvez não volte nunca mais ao que era antes. Vou ser sempre careta, calada, e observar cada detalhe. Vou estar provavelmente sóbria, sem medo de fazer nada do que realmente quero. Eu nunca precisei forjar nada. Eu só digo que, sigo o ritmo da música, sempre. Mas se trocar a vitrola meu bem, se trocar a vitrola... talvez eu cante pra mim. Ou talvez eu conheça músicas bem diferentes e, mesmo fora de cena, eu dançe lá no fundinho, discreta e sem jeito, como sempre fui, e sempre serei.
Eu falo como se fosse a primeira vez. Sinto medo como se tivesse ainda quinze anos. E já que falar tudo que eu queria não tá adiantando muito, não vai mudar... eu peço que faça qualquer coisa, pra eu não ver mais beleza em qualquer lugar ou coisa que tenha você. Grata.
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