O chão despedaçando, eu só queria um lugar pra me segurar. Eu tenho a infeliz mania, de dizer que não sofro, não sinto mais. E não sinto mesmo. Estacionou-se todos os sentimentos por aqui, perto do coração e a vontade de vomitar me enjoa só de pensar. Tranquei meu quarto, minh'alma. Me fecho em lágrimas e nem se meus braços se cortarem com tudo que puder encontrar, a dor troca de lugar. É bem no coração. Eu não vou contar o que quero. Não vou contar nada, a ninguém. Vontade de me deitar num rio, raso, que possa me levar. Que me leve pra bem longe, longe de tudo. Mas que na volta, eu tenha um chão firme a que pisar. Firme, bem firme, e se possível, coberto de flores. Eu não posso mais pensar em pedras e espinhos. Mesmo que eles voltem a me machucar. Oscilo entre o bem e o mal, entre o alívio de saber agora, da verdade e da dor imensa de lembrar dos rostos gargalhando ao meu redor. Da dor que senti por meses por tanta inconsequência. Tantos chãos despedaçando, por vezes e eu, hoje, literalmente sem nada a que me agarrar. Não tem rio. Não tem chão. Nem eu sei onde fui parar.
Eu falo como se fosse a primeira vez. Sinto medo como se tivesse ainda quinze anos. E já que falar tudo que eu queria não tá adiantando muito, não vai mudar... eu peço que faça qualquer coisa, pra eu não ver mais beleza em qualquer lugar ou coisa que tenha você. Grata.
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