O chão despedaçando, eu só queria um lugar pra me segurar. Eu tenho a infeliz mania, de dizer que não sofro, não sinto mais. E não sinto mesmo. Estacionou-se todos os sentimentos por aqui, perto do coração e a vontade de vomitar me enjoa só de pensar. Tranquei meu quarto, minh'alma. Me fecho em lágrimas e nem se meus braços se cortarem com tudo que puder encontrar, a dor troca de lugar. É bem no coração. Eu não vou contar o que quero. Não vou contar nada, a ninguém. Vontade de me deitar num rio, raso, que possa me levar. Que me leve pra bem longe, longe de tudo. Mas que na volta, eu tenha um chão firme a que pisar. Firme, bem firme, e se possível, coberto de flores. Eu não posso mais pensar em pedras e espinhos. Mesmo que eles voltem a me machucar. Oscilo entre o bem e o mal, entre o alívio de saber agora, da verdade e da dor imensa de lembrar dos rostos gargalhando ao meu redor. Da dor que senti por meses por tanta inconsequência. Tantos chãos despedaçando, por vezes e eu, hoje, literalmente sem nada a que me agarrar. Não tem rio. Não tem chão. Nem eu sei onde fui parar.

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