No instante em que vivia, tinha bifurcações em seus pensamentos para definir enfim, como ela mesma era. Seus esforços contínuos e elogios sobre sua grande determinação tapava o medo de ser a pior. A índole era e sempre foi competitiva. Coisa que o pai incentivou: seja a melhor. Sempre. Mas naquele mês seu ego estava pequeno, quase sem sentido.
Resumiu-se em uma das provas que fez. Nota mínima. Como fazia na época da escola, chorava na cama. 'Merda, quase nada acima da média'. Esforços pareciam não valer nada. Foram os anos mais difíceis da sua vida, mais intensos e mais medonhos também. E, por isso, pensou em se resumir de tal forma: intensa e medonha. Mas era pouco. Não abrangia os sorrisos de quando esquecia as circunstâncias em que vivia.
Suas escolhas pareciam loucas. Daquelas que só se faz quando se tem garantia de vida boa sempre. Casa, comida, a roupa ela lavava. Mas não teria tudo isso por muito tempo. Definiu-se inconsequente.
E foi levando. Está levando. Percebeu que definir alguma coisa, não vai adiantar. Erguer a cabeça. Por mais difícil que seja. É novembro Sofia, entende. Mais fácil jogar a culpa no mês mesmo. Que seja melhor amanhã, pensava. Vai ser. Tem que ser.



Digamos que ás vezes é melhor escrever na terceira pessoa, mesmo ela sendo eu mesma.

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