Acordei pela quarta vez, na sala com colchões espalhados. Fiquei olhando teto, bonito. Uau! Dois mil e onze. É clichê, mas eu caio na minha frase todos os anos. E me causa nostalgia. Que mais eu faço? Penso: o que eu estava fazendo há um ano atrás? Bem, estava no trem, voltando pra casa com ela, e perguntando se seria legal, não fechar as janelas de alumínio (ou o que quer que seja) quando pedissem, porque eu queria saber se era verdade o índice de apedrejamento. Eu tentei contra a vontade dela e, deixando uma fresta aberta, avistei um muleque sem camisa mirando a abertura com um tijolo. Fecha! É, foi divertido. Eu me lembro que disse: olha, aqui é Santa Bárbara, cidade da Mariana. Depois escutei as histórias de escola, que, confesso, me chocaram e me deixaram com medo. Senti naquele chão frio, saudade da minha família. Está sempre perto, mas há um quê de distância. Mundos diferentes, talvez. Me sinto na porta de casa, com as malas meio abertas, roupas pulando pra fora. Não sei bem pra onde vou. E queria alguma certeza. Qualquer uma, pra fingir que estou segura. Eu tenho um amor. É, eu sinto amor sim. Mas ter... é complexo e angustiante. Antigamente, quando eu definia que tinha, ele me escorria antre as mãos e gritava que eu havia perdido. Além do mais, ter e sentir podem ter sentidos múltiplos. Porque eu, quero um pouco mais do que falas e status. Mais do que "o que você fez ontem e onde foi?". Quero aquele trem de volta. Quero mais cócegas. Eu sei que é hora de crescer. Mas me dá só mais dez minutinhos... por favor...

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