Fechei meu corpo pro mundo, para todo mundo. Fui me encolhendo de medo, voltei à fase embrionária. Não quero ver o que tem nesse corpo. Fujo de espelhos, guardo meus receios e não há porque acreditar em palavrinhas mágicas. O vestido curto das noites passadas, faziam parte da fantasia que armei. É pra ninguém julgar demais, o que sinto com o que sou. Sempre fui desse jeito, sem gosto demais por mim, e no dia em que a mudança veio, eu vi, tenho certeza que eu vi a mentira entrar junto! Não vou falar que me odeio. Tenho bastante respeito. Mas eu sei que esse frio, esse medo constante de descobrirem a fraude que sou me enjoa, me dá ânsia entende? Meu corpo continua fechado, não quero nada, nada, não confio em mais nada. Eu quero meu mundo de volta. Que soprem aos quatro ventos a careta e estranha que sou. Me respeito, quero meu ritmo, minha vida pequena dentro do quarto escuro. Já não mais a garota que fizeram crescer e acreditar que essa imensidão dentro e fora da gente é linda e perfeita. 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog