As ruas costumavam me inspirar mais. Cada pedacinho de concreto, cada esquina com um ponto de luz, eram como fontes de esperança pra mim. Eu costumava ser mais mole, tão emocional que escorria pelas tais ruas, deslizava e até hoje não sei como não me tiraram nada, nem cinquenta centavos no bolso. Eu costumava sonhar um tanto, um tanto que quebrava a cara todo dia e na mesma noite, voltava a sonhar. Eu sei, eu sei que é ridículo ficar contando o que fui, mas é que dá uma puta vontade de voltar atrás. Não que eu faria diferente, sou covarde demais pra mudar tudo. Eu só queria aquela menina de volta. Aquela que começou a escrever aqui. Com todos os erros do mundo que eu sempre tive, mais os sonhos tolos e infantis de uma garota de dezessete anos.  

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