O ruim de tudo é perceber que esse meu jeito confuso, complicado, deixa tudo mais difícil. Noventa por cento da minha vida, tem seu nome, seu olhar e suas palavras. Eu quero fugir, mas se quer posso sair do lugar. Eu quero ficar, mas esse mundo gigantesco me confunde e eu disse tanta coisa, mas tanta coisa que já vejo suas malas prontas.
Voltou aquele sorriso tímido que eu media milimetricamente de longe, para considerar que era sim um momento de felicidade. Voltou o 'bom dia' mais legal, as perguntas sobre a vida e a 'boa noite' pedindo o abraço que eu ainda não sei dar. Voltou sem seu violão melodramático, no quintal solitário, porque voltou contente. Voltou sem julgar nada, ninguém, nem mesmo ele. Voltou meio ciumento, mas hoje olha pra mim e vê, porque sabe que há espaço pra ele também. Voltou pra mim e marcou seu território, aqui dentro e pelo mundo, daqueles que, apesar de tudo, eu ainda admiro. Meu pai voltou.
Comentários