Deixa eu tentar explicar, de onde vem esse sentimento de paz que me invade. É que eu queria que todos sentissem. Não necessariamente junto comigo, mas que sentissem de um jeito ou outro. Sabe, esse sentimento que vem depois de cumprir missões, depois de deixar quem eu queria sorrindo e depois de já ter feito tudo que podia ser feito. Acontece que estamos hoje aqui, todos juntos mas um dia eu vou embora. Mais do que óbvio, irei e vou levar quase toda minha essência. Essas coisas importantes que a gente sabe que tem. E aí, sinto que vou cedo. Não, não tenho medo. Não fico com pensamentos do tipo que matam, que me fazem parar de viver. Vou viver tudo que tiver que viver por aqui, mas sinto que não me demoro. Quero deixar nas mãos de pessoas que importam, os mínimos detalhes que aqui aprendi. E queria que aprendesse também menina, a cultivar essa paz. Olha, eu vou te esperar por lá. Eu vou, mas eu prometo (a única coisa que prometo) que te espero no plano em que eu estiver. Por você e por toda a sua essência, que é mesmo o que importa. Aí você vai entender. Independente de corpos, distâncias e fugas, o pra sempre é outra coisa e o amor também.

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