Essa rotina fácil de quem levanta, toma o café, e só volta para almoçar e jantar. Vivendo em multidões solitárias, me perco olhando pregos, becos, janelas. Isso tudo me afaga, como se qualquer objeto cortante fosse me confortar. E a cada gritinho de socorro que dou, penso que dar trabalho aos outros é coisa feia demais. Me fecho, e aprendo a dar sorrisos contínuos, a falar sobre novela, filme novo, aquele ator bonito. Não há nenhuma conclusão. Não aprendi tudo ainda. Não sei direito de onde tirar a espontaneidade, o sorriso fácil pra qualquer um na rua. Tudo aqui me parece plástico demais. O corpo, as unhas, o cabelo e o coração pegando fogo, derretendo e queimando tudo por dentro.
Eu falo como se fosse a primeira vez. Sinto medo como se tivesse ainda quinze anos. E já que falar tudo que eu queria não tá adiantando muito, não vai mudar... eu peço que faça qualquer coisa, pra eu não ver mais beleza em qualquer lugar ou coisa que tenha você. Grata.
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