Eu só não vou mais, nadar contra a correnteza com aquele ânimo de uma jovem de quinze anos. Nada de morrer de cansaço, sofrer como uma louca, questionando meus atos tão sinceros. Putz, é tão libertador, mesmo que por horas, sentir que posso ter o meu caminho, meu, trilhado e criado por mim, com todas as minhas escolhas selecionadas a dedos e cálculos milimétricos. Nada é pra sempre. Nem o início e nem o fim.
Voltou aquele sorriso tímido que eu media milimetricamente de longe, para considerar que era sim um momento de felicidade. Voltou o 'bom dia' mais legal, as perguntas sobre a vida e a 'boa noite' pedindo o abraço que eu ainda não sei dar. Voltou sem seu violão melodramático, no quintal solitário, porque voltou contente. Voltou sem julgar nada, ninguém, nem mesmo ele. Voltou meio ciumento, mas hoje olha pra mim e vê, porque sabe que há espaço pra ele também. Voltou pra mim e marcou seu território, aqui dentro e pelo mundo, daqueles que, apesar de tudo, eu ainda admiro. Meu pai voltou.
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