Nem vilã, nem mocinha. Ninguém sabe realmente da história (longa) da minha vida, rica em detalhes sórdidos e puros, bizarros e também maravilhosos. Se boto um sorriso no rosto, é por gratidão a Deus, não vingança. Se busco uma saída sozinha, não é egoísmo, é a fuga do melodramático. Se eu só quero coisa nova, não estou cuspindo no prato em que comi, mas insistir num mundo onde tudo parece perdido e difícil de controlar, me faz querer correr pra bem longe. E aí jogar na minha cara, culpazinhas sobre fatos minúsculos, diante do que já passei... ah não. De novo não.
Voltou aquele sorriso tímido que eu media milimetricamente de longe, para considerar que era sim um momento de felicidade. Voltou o 'bom dia' mais legal, as perguntas sobre a vida e a 'boa noite' pedindo o abraço que eu ainda não sei dar. Voltou sem seu violão melodramático, no quintal solitário, porque voltou contente. Voltou sem julgar nada, ninguém, nem mesmo ele. Voltou meio ciumento, mas hoje olha pra mim e vê, porque sabe que há espaço pra ele também. Voltou pra mim e marcou seu território, aqui dentro e pelo mundo, daqueles que, apesar de tudo, eu ainda admiro. Meu pai voltou.
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