Eu fico brincando que nem criança, beirando as janelas desse arranha céu. Tem dias que me pego correndo pelos corredores, como quem junta forças e impulsos para pular em algum lugar. Do colchão, eu pulo pro chão. Das cadeiras, pro sofá. Mas aí, algo lá embaixo me atrai tanto... Eu juro que me excito com o vento forte, a adrenalina incrível. Chego a pulsar inteira por tudo isso. E tem dias... ah, tem dias que eu quase me vejo lá embaixo.
Voltou aquele sorriso tímido que eu media milimetricamente de longe, para considerar que era sim um momento de felicidade. Voltou o 'bom dia' mais legal, as perguntas sobre a vida e a 'boa noite' pedindo o abraço que eu ainda não sei dar. Voltou sem seu violão melodramático, no quintal solitário, porque voltou contente. Voltou sem julgar nada, ninguém, nem mesmo ele. Voltou meio ciumento, mas hoje olha pra mim e vê, porque sabe que há espaço pra ele também. Voltou pra mim e marcou seu território, aqui dentro e pelo mundo, daqueles que, apesar de tudo, eu ainda admiro. Meu pai voltou.
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