São essas perfeitas noites de chuva, mês de dezembro em que a nostalgia vem com mais força do que o normal, é que me pego tentando fazer uma coisa que não consigo (e que quero, logo!) : chorar. Parece idiota, mas talvez foram os seis meses talvez mais loucos da minha vida, esses últimos. Tomei decisões que nunca imaginaria tomar. Me machuquei. Dei um basta no sofrimento. Machuquei duas pessoas. Tentei reaver. Não adianta. Nunca adianta. Claro que não quero odiar ninguém. Nunca quis causar dor. Mas é que depois de doer tanto em mim, eu tinha que fazer parar aqui dentro primeiro. E essa minha mania de fazer e não sentir exatamente tudo o que devia, me deixa engasgada hoje. Com uma dor estranha, querendo me dominar. E eu já não sei se corro mais uma vez, ou se fico, pra lavar a alma e me renovar (Se é que isso vá acontecer).
Voltou aquele sorriso tímido que eu media milimetricamente de longe, para considerar que era sim um momento de felicidade. Voltou o 'bom dia' mais legal, as perguntas sobre a vida e a 'boa noite' pedindo o abraço que eu ainda não sei dar. Voltou sem seu violão melodramático, no quintal solitário, porque voltou contente. Voltou sem julgar nada, ninguém, nem mesmo ele. Voltou meio ciumento, mas hoje olha pra mim e vê, porque sabe que há espaço pra ele também. Voltou pra mim e marcou seu território, aqui dentro e pelo mundo, daqueles que, apesar de tudo, eu ainda admiro. Meu pai voltou.
Comentários