E esses simbolismos que na verdade são tudo pra mim, podem não ser nada pra ela. Juro que fico longe, converso normalmente, já que seus olhos dizem que assim é melhor, caso possa me machucar. Ai, eu realmente devo ter a cara de uma criança totalmente inofensiva...
Mas acabo gostando dessa preocupação, que me protege e enfim, me ganha em partes. Como se não bastasse a meia confusão na minha cabeça, logo depois de dizer tudo aquilo, sobre afastar e estar sempre atenta ao desapego (as últimas palavras são minhas, por conclusão.) ela procura minha mão embaixo da mesa. Segura, solta sobre sua perna e começa a acariciá-la devagar, tendo como uma pequena propriedade instantânea.
Sim, eu consegui não me deixar escorrer pela cadeira. E aliás, tenho feito isso. Me segurar, firme. Se tenho que sair um pouco, eu saio, converso com quem quer que seja, sorrio, estou voltando a ser quem eu era antes de tanta lição estranha. E aí, quando volto, me sento. E mesmo sem olhar pro lado, ela vem com um ar de quem pode perder, me cheira, me beija, e leva aí, mais um pedacinho.
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