Entre copos que exalam verdades, a bebida descia amarga no início. Mas depois de um certo tempo, certos goles somente me esquentavam. Nem sei como permaneci com um vestido tão curto, sentada, pegando vento. Sei que a um certo ponto, suas palavras me sustentaram e provavelmente me esquentavam também. Foi digna de ser enterrada naquele quintal, como uma lembrança, que embora embriagada, tinha um borrão como nos sonhos que tenho. Um borrão, como as nuvens que escondiam a lua. Eu buscava uma referência, alguém conhecido pra firmar meus olhos, mas ela estava escondida. Olhei pro chão, arranquei plantinhas, segui o copo que ficava vazio, mas não deu pra escapar, voltei a olhar pro seu rosto, de onde saía tudo que eu queria ouvir.
Eu falo como se fosse a primeira vez. Sinto medo como se tivesse ainda quinze anos. E já que falar tudo que eu queria não tá adiantando muito, não vai mudar... eu peço que faça qualquer coisa, pra eu não ver mais beleza em qualquer lugar ou coisa que tenha você. Grata.
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