O lábio superior tem mais volume. O sorriso, mesmo de boca fechada, é largo, mas sereno. Olha por cima dos óculos, pensando numa frase pra zombar de mim. E na minha visão periférica, posso pegar me olhando de cima a baixo. Critica tudo, todos, mas principalmente tudo em mim. Só posso sorrir e me reafirmar, é claro. Minhas roupas, e falas, e manias, e meu corpo, minha mente, meu romantismo, meu medo de cachorros, meu medo de sentir medo do amor, meus pulos de nervosismo, meu piercing. Mas então, eu não falo, mas odeio suas críticas do nada, suas intromissões na minha roupa, cabelo ou bolsa, ou maquiagem, sua mão boba, sua mania de dizer que eu não cozinho nada (mesmo que seja verdade), sua mania de querer que eu implore por sua presença e permanência aqui, suas histórias fictícias pra eu sentir ciúmes, sua mania de insistir em alguns assuntos pra me deixar com mais ciúmes (porque eu não demonstro, nem que eu sangre o olhar). Você odeia? Então eu odeio também.
Eu falo como se fosse a primeira vez. Sinto medo como se tivesse ainda quinze anos. E já que falar tudo que eu queria não tá adiantando muito, não vai mudar... eu peço que faça qualquer coisa, pra eu não ver mais beleza em qualquer lugar ou coisa que tenha você. Grata.
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