Instantes em que o mundo parece explodir dentro da própria cabeça. E a fuga de uma covarde não passa de um cobertor bem pesado, tentando esquentar sozinha a cama enorme e fria. Eu peco por pensar demais. Por não ser como a maioria, que faria exatamente o contrário do que faço. Mas se no fim eu seguir só, minha esperança é seguir em paz. Assistindo todos vocês sorrindo com seus respectivos pares, do alto, esperando quem sabe um aceno ou um sorriso de lado.
Voltou aquele sorriso tímido que eu media milimetricamente de longe, para considerar que era sim um momento de felicidade. Voltou o 'bom dia' mais legal, as perguntas sobre a vida e a 'boa noite' pedindo o abraço que eu ainda não sei dar. Voltou sem seu violão melodramático, no quintal solitário, porque voltou contente. Voltou sem julgar nada, ninguém, nem mesmo ele. Voltou meio ciumento, mas hoje olha pra mim e vê, porque sabe que há espaço pra ele também. Voltou pra mim e marcou seu território, aqui dentro e pelo mundo, daqueles que, apesar de tudo, eu ainda admiro. Meu pai voltou.
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