Uma música e eu não quero me preocupar com mais nada. O volume bem alto, e eu me esqueço de que tudo está fora de controle. Minha mãe tem razão, quando diz que lá no fundo, minha organização é forjada. Não sei se está certo, mas eu perco o controle com as mãos, com o olhar e com as palavras. Eu tonteio e só enxergo o negro, com um cheiro bom. Ofegando, parece que gostam mesmo de me deixar assim, com o corpo mole. Enquanto alguns gargalham do que escrevo, outros dizem sentir o mesmo, eu me recuso mais uma vez a render minha mente a preocupações. (...)
Voltou aquele sorriso tímido que eu media milimetricamente de longe, para considerar que era sim um momento de felicidade. Voltou o 'bom dia' mais legal, as perguntas sobre a vida e a 'boa noite' pedindo o abraço que eu ainda não sei dar. Voltou sem seu violão melodramático, no quintal solitário, porque voltou contente. Voltou sem julgar nada, ninguém, nem mesmo ele. Voltou meio ciumento, mas hoje olha pra mim e vê, porque sabe que há espaço pra ele também. Voltou pra mim e marcou seu território, aqui dentro e pelo mundo, daqueles que, apesar de tudo, eu ainda admiro. Meu pai voltou.
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