Eu fico esperando o dia em que vamos todos gargalhar, juntos sentados num bar qualquer, lembrando de todas as confusões. Não sei se quero estar casada, prometida ou com uma lata no dedo. Mas quero ter uma criança comigo, que seja minha. Contando sobre os casos em que fomos sempre tão amantes, como amigos, irmãos ou como loucos apaixonados por cada traço do rosto ou do braço, o cheiro da nuca. A roda de amigos, onde todos já se apaixonaram por todos, entre festas ou dias nas lagoas. Os que se foram por vacilar demais, os que nem se moveram por amar demais. Eu quero ir e tomar uma visão panorâmica de cada caso de amor e bebida, ter meu lápis e papéis. Depois eu volto, e paro, exatamente na mesa do bar, olhando pra cada um de vocês. Acho que não foram todos que entenderam o valor da amizade. Mas é disso que eu sinto falta. E aí, buscando chamar a atenção, eu me calo diante de tudo, me escondo e fico no máximo a espreita. Do contrário de quem gritaria, louca, desvairada, procurando enfiar a todo custo, as memórias de uma época intensa e descontrolada. E eu continuo esperando.
Eu falo como se fosse a primeira vez. Sinto medo como se tivesse ainda quinze anos. E já que falar tudo que eu queria não tá adiantando muito, não vai mudar... eu peço que faça qualquer coisa, pra eu não ver mais beleza em qualquer lugar ou coisa que tenha você. Grata.
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