Parece tarefa fácil, mas não é. Ir lá no fundo das caixas, no final do guarda roupas, onde acreditava guardar meus sonhos antigos, ou coisas que se foram, mas que de certa forma deixavam um gosto bom, pelo que foi um dia. Mas foi. E se guardei até então, era com esperança no coração de que um dia, as coisas ruins fossem embora, e a calma voltasse, junto com um pouquinho de cordialidade que fosse. Até então, não veio. Tentei que viesse, mas não deu mesmo. Daí, aprendi em horas, de forma forçada que é melhor tocar o barco como ele estiver. Com mágoas, ódio ou seja lá o que for. Cartas no lixo, coisas rasgadas, bonecas desenterradas. Tudo um dia tem que desaguar, ir pra algum lugar, pra renovar com vontade, de verdade a alma.
Eu falo como se fosse a primeira vez. Sinto medo como se tivesse ainda quinze anos. E já que falar tudo que eu queria não tá adiantando muito, não vai mudar... eu peço que faça qualquer coisa, pra eu não ver mais beleza em qualquer lugar ou coisa que tenha você. Grata.
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