A confirmação se dá na primavera, que mais parece o ápice do verão de tão quente. Sem o pretexto de dizer que faz frio e que a saudade é por falta de um corpo pra esquentar a cama, sinto falta, do mesmo jeito. Com a coragem de colocar ainda um edredon mesmo por baixo das pernas e vento nenhum faz diferença aqui dentro. Mas eu quero, eu quero e eu quero.
Voltou aquele sorriso tímido que eu media milimetricamente de longe, para considerar que era sim um momento de felicidade. Voltou o 'bom dia' mais legal, as perguntas sobre a vida e a 'boa noite' pedindo o abraço que eu ainda não sei dar. Voltou sem seu violão melodramático, no quintal solitário, porque voltou contente. Voltou sem julgar nada, ninguém, nem mesmo ele. Voltou meio ciumento, mas hoje olha pra mim e vê, porque sabe que há espaço pra ele também. Voltou pra mim e marcou seu território, aqui dentro e pelo mundo, daqueles que, apesar de tudo, eu ainda admiro. Meu pai voltou.
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