Foi bom ter saído e percebido que era horário de pico, eu iria esperar no mínimo uma hora dentro do ônibus, tempo de sobra para pensar. Afinal, é isso que faço com tanta frequência, e com tanta vontade. Saí do hospital com um frio estranho, depois de sentir tanto calor. E depois de toda essa agitação que é minha vida, parar por minutos calculados por um crachá tentando entender tamanho valor que a vida tem. Me questionei pelos passos lentos, e o sorriso no rosto, as frases e narrativas, a piscada irônica por causa do pai, a comida, o medo de sempre e o que eu estava exatamente fazendo ali. Mas isso era realmente o de menos. Aliás, mesmo depois de tanto pensar, questionar e lembrar de tudo que eu fui um dia e o que me tornei, fazendo isso pra ela e para os outros, foi inevitável: entender é impossível e realmente desnecessário. O raciocínio escapa à qualquer tipo de emoção. E o silêncio conseguiu engolir quase todo o passado enquanto eu pisava ali.
- setembro.
- setembro.
Comentários