(...)

Daí eu fiquei pensando como carrega na perna algo que eu viveria enxergando como um peso, uma cobrança, uma culpa. Não sei lidar com o que pode ter (e tem) fim. Ou seja, só não sei mesmo lidar. Mas não, andava com uma leveza de quem deixa tudo bonito demais por onde passa.

Mas sou só mesmo, expectadora. Platonicamente falando, admiro, sem reservas ou receios. Não mais. Quero deixar escancarado, caso venha a machucar. Porque dor é coisa que tem que ser sentida de uma só vez, pra cortar todo mal pela raiz.

Sempre tive medo do que não era pra sempre. Mas resolvi deixar qualquer coisa me ferir só pra ver indo embora tempos depois. A sensação de ser deixada e conseguir acordar no dia seguinte, viva. É mesmo como se jogar do alto, acreditando que haveria o alguém lá embaixo, mas sabendo que seria só mais uma ferida aberta.

O forte é isso. É esse, aliás. Acreditar de novo. E de novo. Não nos dois, ou três, ou quatro. Mas acreditar de novo em si mesmo. 

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