Como na época que não sabia medir sozinha o espaço para passar da porta, hoje não sei medir o espaço do tempo que tenho. Que terei. E terei muito, eu sei. E assim como eu me machucava sozinha aos treze anos, esbarrando nas pernas da cama, perdendo as canelas, os ombros nas portas o rosto no armário, meu medo é esse. Me embolar nas minhas próprias pernas hoje, cair sem saber levantar, deixar o tempo passar desfilando na minha frente tudo que perdi. Ou deixo ele ir, eu o prendo na mente, calculando quantas horas exatamente terei para entreter o coração aos fins de semana ou quantos dias espero para as unhas crescerem outra vez. A ansiedade as cortou pelo pé. 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog