Entre tantos casos, o caos, e essa vida que é família, que é tudo e que tem que ser, o trabalho, as brigas, o estudo e a obrigação de estar sempre sorrindo, ela me aponta o céu, segura minha mão como quando quer me levar pro cômodo mais perto, e alguma coisa tapa a lua, nuvens, friozinho, eu sinceramente pouco me importava, queria só olhar pro cabelo e pro rosto com o sorriso meio de lado. Me puxa e solta um "te amo", quase então proibido, novo, fantástico. Já amava há tempos. Dormi melhor naquela noite.
Voltou aquele sorriso tímido que eu media milimetricamente de longe, para considerar que era sim um momento de felicidade. Voltou o 'bom dia' mais legal, as perguntas sobre a vida e a 'boa noite' pedindo o abraço que eu ainda não sei dar. Voltou sem seu violão melodramático, no quintal solitário, porque voltou contente. Voltou sem julgar nada, ninguém, nem mesmo ele. Voltou meio ciumento, mas hoje olha pra mim e vê, porque sabe que há espaço pra ele também. Voltou pra mim e marcou seu território, aqui dentro e pelo mundo, daqueles que, apesar de tudo, eu ainda admiro. Meu pai voltou.
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