- Talvez eu pense nas coisas certas no tempo errado. Ou talvez a minha vida nunca pare de me pregar peças. - Pensei. Só pensei mesmo, porque dizer isso seria estopim pra escutar de volta, alguma frase que eu sinceramente prefiro dormir sem. Se depois de algum tempo, aprendi a viver uma dia após o outro, a ir devagar, a não apegar e muito menos esperar ligações no dia seguinte, em dois meses a "regra" era me derreter e acreditar em um futuro lindo, com balõezinhos vermelhos voando, e eu acreditando que era verdade, que não era platônico. E que sim, aceitaria ter uma vida maravilhosa e cheia de acertos e a melhor companhia, mesmo que pareça absurdo não aceitar ser feliz. E sou. Mas não basta me fazer andar constantemente em uma montanha russa. A minha vida fica lá embaixo, na saída morrendo de rir de mim, debruçada sobre algum banquinho de espera, onde os pais das crianças ficam, ansiosos pra saber qual foi a parte da montanha que mais deu medo. Minha vida se junta a eles e consigo ver sua cara de deboche, lá de cima, contando para as mulheres bem vestidas o quanto gosto das descidas bruscas e que só não levanto a mão porque ás vezes os desafios chegam a ser entediantes pra mim. Todos os papais e mamães me acham incrível. Forte, inteligente, esperta e determinada. Desço, finjo que não sei o que minha vida falou aos adultos que sorriem freneticamente pra mim. 
- Tsc, você consegue. Sempre conseguiu!  - Oi? Claro, no amor e na dor, eu sempre consegui sobreviver. Virava um farrapo de gente pela casa, tomava algum remédio que me fizesse parar de roer as unhas e morder os dedos, e alguma coisa que me fizesse comer, sem vomitar depois. Pelo menos nessa época eu lia mais, pra ficar longe da sociedade virtual e real que existe nessas horas, somente para te lembrar como sua vida é legal com você. Ok, eu estou sendo um tanto pessimista, ingrata e infantil. Mas vocês não sabem o que é ter tudo já se sonhou, ao mesmo tempo, te partindo ao meio. A vida me chama de ranzinza, me abraça de lado, dá uns tapinhas no ombro e diz "relaxa". Sorrir é o de menos agora. 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog