Não saio por medo da volta. Não creio por medo da solidão. Não enxergo por medo da cegueira. Não sorrio por medo do devaneio. E depois de tanto treinar a para a vida regrada, cresci nesse perímetro que protege. Cercada de arbustos e espinhos. Dentro de um castelo friamente confortável. Ás vezes enjoa, mas é melhor. Se um dia não houver ninguém, não haverá dor. Se um dia faltar água, que seja lá fora. Se em algum momento há descontrole, que se vão as partes que interferem. Qualquer coisa eu grito. Mas não me deixem sair daqui. Refém do próprio silêncio. Não o que deixo de falar, mas o que resta quando alguém responde. Da própria solidão, que finjo ter, esperando o dia que ela realmente chegue. Do próprio esquecimento, que sempre acontece entre ser o que querem, o que quero e o que sou de fato. 

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