Era isso. Aqui o céu anda embaçado, cheio de nuvem soprando no meu rosto, perco o fôlego. Lá, eu deixava a noite me invadir, desde os treze anos eu preferia dormir de lençol, eu preferia o calor, aquele sono que nunca vem e que me deixava ver a lua pela janela. Daí eu parei de reclamar que a janela do meu quarto não dava pra rua e pro jardim, e sim pro quintal. Era disso que eu falava. Quando eu ia dormir com ela e depois dos beijos, do calor, de perder o fôlego, de senti-la inteira, não tinha nada melhor. Era a janela aberta, com a vista pro quintal. E a lua, como sempre engolindo a janela, meu corpo, meu gozo e o calor aos poucos indo embora. Era o tempo de ficar ali olhando até o sono levar a gente embora.
Eu falo como se fosse a primeira vez. Sinto medo como se tivesse ainda quinze anos. E já que falar tudo que eu queria não tá adiantando muito, não vai mudar... eu peço que faça qualquer coisa, pra eu não ver mais beleza em qualquer lugar ou coisa que tenha você. Grata.
Comentários