Sei que calma não é bem a palavra certa pra me definir. Aos que me conhecem de verdade, claro. E nunca gostei tanto de calmarias, dessas que deixam a gente no tédio. Mas ontem eu pedi pra qualquer deus, qualquer santo, qualquer alma, qualquer oração me encher de calma. E hoje, novamente eu peço. Que tire tudo desse corpo e deixe só a calma, porque mais uma noite se aproxima.
Voltou aquele sorriso tímido que eu media milimetricamente de longe, para considerar que era sim um momento de felicidade. Voltou o 'bom dia' mais legal, as perguntas sobre a vida e a 'boa noite' pedindo o abraço que eu ainda não sei dar. Voltou sem seu violão melodramático, no quintal solitário, porque voltou contente. Voltou sem julgar nada, ninguém, nem mesmo ele. Voltou meio ciumento, mas hoje olha pra mim e vê, porque sabe que há espaço pra ele também. Voltou pra mim e marcou seu território, aqui dentro e pelo mundo, daqueles que, apesar de tudo, eu ainda admiro. Meu pai voltou.
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