Natal e ano novo inesperados. Eu, sempre com minha mania de pessimismo acabo ganhando com isso. Me surpreendo nas coisas mais simples, sem querer esperar nada extraordinário, e volto pra casa com sentimentos bons. Percebi que estamos todos aqui, num mesmo patamar. Vez ou outra, nos juntamos num quarto ou apartamento pra conversar, e em algum momento a sala parece um consultório. Cada um sabe quando foi que deixou de sair do quarto pra passar o dia chorando. Mas passa, a gente sempre conclui.
No natal, depois de muitas conversas e ligações, o quarto do hotel teve um minuto de silêncio, nada combinado, mas deu pra todo mundo respirar fundo e aguentar firme. Sempre me lembro que vou comer algo diferente e bom pra me sentir melhor. E assim foi. A gente sempre dá um jeito de descontar no conforto e comodidade, mas tenho certeza de que ainda vou me sentir incrivelmente bem apenas por estar aqui, apenas por viver.
O ano novo, me deu a chance de conhecer a cidade a noite, com todas aquelas músicas pedindo sexo ou na verdade um amor de verdade, e as pessoas com suas danças. Eu sempre tento ver as coisas de forma cultural, e assim defino os casais se esfregando na pista. Algo que eu não tenho, então é cultural. De forma simples, fui feliz, tentei não me lembrar ou supor como seria se aqui eu não estivesse, afinal aqui eu estou e ficarei. Vi a saudade no rosto dos meus amigos, no bar. A gente sempre sai pra se distrair. Mas eu, particularmente ainda estou aprendendo.
E assim, entramos no ano promissor. Eu, na verdade não quero prometer nada. Mesmo que já tenha dito que voltarei naquele bar pela tequila. E que darei um jeito de desapegar da saudade. Que vou aproveitar mais. Ou que vou estudar muito mais sozinha. A gente nunca sabe exatamente do que dá conta. E tudo que eu fiz até agora, foi tentar dar conta de tudo.
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