O tempo cura um bocado. Na marra, mas cura. Dai a solidão das férias se transformou nesse emaranhado de afazeres, nessas listas que me acompanham todos os dias e que só vejo vantagem quando não sinto o tempo passar. Passei algumas noites chorando e me perguntando inconscientemente quando seria a chegada de um afeto menos material e mais... mais afeto daquela casa cheia de gente de onde saí. Não poderia reclamar, mas, foi como entender que o tempo foi perdido. Entre o sentir falta de algo que pouco se teve aqui se concluiu, e a saudade quando é assim, ela faz doer de forma brusca. E o tempo, como eu disse, cura. Você pode até olhar a cicatriz mas não vai sentir mais nada. Cresci. E agora tudo parece muito mais perigoso, medonho, um risco, um pacto eterno, uma dor enorme, não atravesso a rua, não pulo o muro, não deito no chão. Acho que já estou procurando emprego. 

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