De fato, voar sozinha não é fácil. Não por simplesmente não ser. Mas uma vez que se acostuma ser amada, querida e estar por perto, não é tão simples esquecer de tudo e simplesmente ir em frente. Durante todo o tempo, eu tento ao máximo ver as coisas boas que me cercam e sim, elas existem em grande quantidade. O complicado é me conformar com a qualidade. Eu, que durante tanto tempo aprendi a viver contemplando toda a felicidade abstrata da vida, esquecendo o material e cada vez mais dizendo sim a tudo aquilo que se sente e não vê, me vejo buscando refúgio em quase tudo que é supérfluo, pequeno, mas que pode por uns instantes tranquilizar e me fazer sorrir. Quem não ficaria feliz com isso? É o que se passa na minha cabeça. E mesmo que a resposta seja lá no fundo, eu não ficaria feliz com isso, há todo um teatro que me faz ter a força de guardar comigo toda essa merda que me aliena e me mostra apenas que, não há mais nada a fazer, por agora. Eu não sei quem são meus amigos. Eu não consigo me divertir plenamente por aqui. Eu não queria precisar tanto deles. Eu não deveria precisar tanto de afeto. Mas preciso. E a cada passo que dou buscando isso, tudo e todos se afastam mais.
Eu falo como se fosse a primeira vez. Sinto medo como se tivesse ainda quinze anos. E já que falar tudo que eu queria não tá adiantando muito, não vai mudar... eu peço que faça qualquer coisa, pra eu não ver mais beleza em qualquer lugar ou coisa que tenha você. Grata.
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