Eu, sempre em busca de arrancar todos os espinhos que a vida e outras pessoas enfiaram em quem amo, fico nessa tentativa de querer mudar a vida delas. Dela. Embora tanto amor eu sempre tive, tive que andar com calma, tive que saber ser discreta, amar baixinho. Ela, no entanto, só precisou se conter quando mal percebeu o que havia acontecido. Uma paixão tomou conta e ela ainda estava ali, tentando negar carinhos meus. Ao longo de toda essa história, eu hoje venho nesse momento que a tensão pré menstrual me domina dizer o quanto é doloroso não ter sido pra ela, o que ela foi sempre pra mim. O negar do sentimento. A demora pra responder. As desculpas por não amar. A admiração contida. A vergonha pela idade. A diversão em me comparar. As risadas por minhas fases. As velhas histórias que ouvi. As velhas histórias de novo. As mulheres que conheci sem ver. As fortes admirações. O culto ao glorioso passado. A decepção com o presente. Os velhos amigos. A grande e gloriosa lista. As preferências. De cores, cabelos, histórias, currículos. As histórias de novo. As grandes admirações. O medo de ser diminuída. A fuga da rua. A fuga de mim. E eu sei que sou bem mais do que qualquer uma. Ah, isso eu sei.
Eu falo como se fosse a primeira vez. Sinto medo como se tivesse ainda quinze anos. E já que falar tudo que eu queria não tá adiantando muito, não vai mudar... eu peço que faça qualquer coisa, pra eu não ver mais beleza em qualquer lugar ou coisa que tenha você. Grata.
Comentários