Por longos meses foi, é, e ainda será uma espécie de lembrança do que eu vivi com ela. A Ana que eu beijei, que eu quis e por tanto tempo quis com medo. Fico a espreita de um novo grande momento e mesmo que eu tenha, aprendi a quase um ano que, viver o momento é muito melhor que apenas memorizá-lo para que se transforme em foto ou texto. Quem me conhece bem, sabe que minha memória deixa tanto a desejar que já não peço mais perdão por falhas de esquecimento, datas, aniversários. Mas uma coisa, algumas coisas acontecem tão recorrentemente que me arrebatam. É como se eu fosse alguém que, mesmo sem tão boa memória, conseguisse progredir pelo motivo de repetição de acontecimentos. 
Todos os dias a Ana me faz sorrir. E me manda mensagens que, mesmo sendo tão somente engraçadas, esconde tanta ternura ao fundo que só quem a conhece consegue entender. Ela tem uma paciência que é claro, vem do amor que sente. Mas por tantos momentos me perguntei se não seria um sacrifício estar comigo, alguém que é necessário ter tanta paciência. 
Não sei quando comecei a amá-la. E nem ela sabe. Mas se enquanto ela tem paciência e se mostra alguém perdidamente apaixonada, com um amor que demonstra já estar tão sólido, ela sempre irá rir e dizer que a amei desde o primeiro beijo. A conheço tão bem que mesmo antes dela me contar que é também uma mulher insegura, eu senti toda a vontade alheia de se entregar a mim. Mas veja bem, não faz o meu tipo dizer todas essas coisas sem que elas aconteçam. Não é do meu feitio demonstrar que já sei tudo sobre ela. Sempre tive certeza que esperar ver sua boca se mover era o melhor caminho. E é sempre assim. Ela sabe bem que a conheço, que eu sei o quanto é apaixonada, que esconde lágrimas e ciúmes (não que isso seja bom), que nem mesmo ela acredita que iria estar comigo hoje, uma garota tão nova... E eu, eu sei também demonstrar o meu amor, expresso tudo que sinto tão à flor da pele que ela se espanta, grito, choro, peço perdão dezenas de vezes, tudo por saber de tudo, tudo por querer que continue sendo assim. 
A Ana é tão diferente de mim, que tudo se encaixa melhor. 
E nós sabemos muito bem disso.

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