E há sim o momento de esquecer a distância. Há o momento em que o corpo para de responder por saudade, de pedir pelo calor do abraço. É como se entregar à verdade. Não que eu não queira mais, mas é melhor não repetir todos os dias, já que toda essa estrutura que montei desde o primeiro dia, aos trancos e barrancos, pode desmoronar em segundos. Pronto, esqueci. Prefiro lembrar que existe uma tela, que existem pessoas do outro lado pra te abraçar. Ás vezes acredito que pode sim se apaixonar por aí e nesse ponto não sei bem como reagir. Mas é melhor esquecer, por agora, antes que meu corpo pergunte por você, de novo.
Voltou aquele sorriso tímido que eu media milimetricamente de longe, para considerar que era sim um momento de felicidade. Voltou o 'bom dia' mais legal, as perguntas sobre a vida e a 'boa noite' pedindo o abraço que eu ainda não sei dar. Voltou sem seu violão melodramático, no quintal solitário, porque voltou contente. Voltou sem julgar nada, ninguém, nem mesmo ele. Voltou meio ciumento, mas hoje olha pra mim e vê, porque sabe que há espaço pra ele também. Voltou pra mim e marcou seu território, aqui dentro e pelo mundo, daqueles que, apesar de tudo, eu ainda admiro. Meu pai voltou.
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