Eu não sei quanto foi o espaço de tempo que consegui me reerguer depois que voltei, mas acho que ele expirou. Clichê demais, essa coisa de voltar do carnaval (que eu nem pulei) e ficar pensando que agora sim, as coisas voltarão ao normal. E eu sem saber o que é o normal. Quando olho para o rosto dos meus pais e dos meus irmãos, volto a entender porque tentei o intercâmbio bem discretamente, até fazer tudo dar certo. As falas, os rostos, os muros, bloqueios para coisas tão simples e a facilidade em complicar tudo. Clichê demais esse sentimento de não pertencimento a lugar nenhum, um pouco de roupa aqui, outro monte na capital, roupas de cama e revistas que deixei em New Paltz, naquele quarto... E planos, planos demais, o tempo todo, de todos os lugares. 

Eu sei que tinha prometido não me apegar a mais ninguém, nem tão cedo, falei em voz alta que nunca mais essa coisa de distância. Lembro até dos meus planos de solteirisse quando chegasse por aqui. Ficar sozinha e focar em mil outras coisas. Curtir meus amigos e me desligar de colar os pés no chão procurando um lugar para morar para sempre. Nunca quis isso mesmo. Não que as coisas estejam tão diferentes, mas meu apego a quem me faz bem é muito fiel. Não importa distância, e eu não sei mais como sair disso. Não sei porque não quero, me faz bem. E enquanto me fizer bem, eu vou seguir alimentando como acho que devo. 

Se eu for otimista, posso dizer todos os dias como é ter a alma quebrada tantas vezes e voltar a gostar de alguém, sem tanto medo. Aprendendo a ir com cautela, mas sem deixar de me entregar como é possível. Se eu for otimista vejo o quanto cresci e se não consigo conviver com quem me bloqueia a mente, é porque é hora de ir embora de novo.

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