Ando lendo textos em diferentes blogs (aqueles do wordpress que me atiçam largar o blogspot e largar anos e anos de textos aqui), textos da geração intercâmbio que resolveu atacar meu feed de notícias. É claro que leio por uma vontade de me sentir confortada, pessoas que passaram e passam pelos mesmos sentimentos e confusões, pra ir, para permanecer e para voltar. 

Com tanta coisa na cabeça, percebi que estou evitando voltar ao psicólogo. [Sessões que custam caro, eu poderia juntar essa grana. Ah, dessa vez é um homem, quero trocar para uma mulher. Eu não tô tendo tempo.] Tive essas três desculpas até perceber que, eu teria tantas queixas ao chegar na próxima sessão, que achei melhor adiar. Infelizmente, uma das frases esdrúxulas da ex-namorada percorre minha cabeça como se aquilo tivesse fundamento: eu estou sempre insatisfeita. Bem, talvez em um sentido de ambição e formigamento no corpo, na ânsia por mudanças quando elas são necessárias, não, eu quase nunca estou satisfeita. E aí chegar em uma sessão e ter uma cachoeira de reclamações me deixou travada. Não, agora não, obrigada. 



Mas enfim, consegui achar a coisa mais normal do mundo, vendo a ponte que estou atravessando. Nunca fui muito próxima dos meus pais, e sinto que nunca serei. Fui criada assim, fui condicionada a me guardar deles, proteger meus segredos, sonhos e vontades para que de fato me sentisse capaz que conquistar tudo. A ponte que atravesso tem essas duas pontas: ficar perto da família, decidindo o futuro sempre nesse mundo ao redor deles e de todas as coisas familiares, mas tendo que lidar com muito machismo e outros problemas, tendo que continuar guardando meus sonhos ou qualquer vontade e lidar com o fato de que o negativismo pode chegar a qualquer momento, dizendo que algo não vai dar certo ou simplesmente me acostumando com essa lente, que faz parecer qualquer conquista algo distante demais. A outra ponta, seria procurar o mais rápido possível uma forma de partir, de enfrentar tudo outra vez para me acostumar em outro lugar, com novas pessoas, novos ares possibilitando que eu me imponha da forma que sou, expulsando pessoas negativas, sendo cada vez mais independente, acreditando no quanto sou capaz e de fato trabalhando por isso; conhecendo lugares e pessoas incríveis e de fato aprendendo a me despedir delas. Mas lidar com a falta de algo mais familiar, de qualquer amigo que me conheça melhor nas horas difíceis, dos ambientes em que cresci ou até mesmo dos gritos da minha mãe em domingos em que estou do outro lado do mapa é algo que tenho que aprender. Da saudade eu nunca me despeço, aprendi. Ou muita saudade vivendo lá, ou mais ainda vivendo aqui. De fato, a questão é agora escolher... vou sentir saudades de onde? 


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog