Hoje o dia foi parado, feriado vazio e sem cor. A saudade daquela cidadezinha fria, do mato e de andar de bicicleta fez doer muito mais. A saudade daquela menina e de ficar olhando a paisagem branca da janela dela cresceu. Minha mãe me ligou e, como sempre, uma energia estranha que sempre me percorre quando isso acontece, veio me tirar um pouco a paciência. Eu não sei mais como lidar com questões tão superficiais, problemas sobre a aparência ou o status social em que nos encontramos. Mas dessa vez ela se queixou de estar fazendo aniversário com o meu pai. 25 Anos que se conheceram. Eu realmente não gosto de entrar em detalhes, de me sentir culpada por não me lembrar. É que a vida dos dois juntos já me machucou tanto, por anos a fio, que resolvi esquecer que são casados. Mas dessa vez doeu. Doeu porque eu sei o que é viver um grande amor. Eu sei o que é me entregar, me dedicar, sonhar com cada detalhe da vida à duas e sei, mais do que nunca o que é dar errado. Sei o que é ser enganada e traída, sei o que é implorar por atenção, por afeto. Sei o que é acreditar em alguém e de repente, o mais inusitado acontecer. E sei também o que é esperar o pior mesmo depois que tudo acabou. Mas eu não disse nada a minha mãe, deixei pra lá. Infelizmente meu coração não me deixa mais entrar em questão sobre os dois, desde que eu era bem pequena. E não entro. Mesmo que eu entenda, mesmo que agora eu chore por não saber me expressar. A parte boa disso tudo é que amanhã eu começo a amar de novo, e de fato eu vivo e me entrego, esqueço o que passou. E em momento algum eu penso em machucar ninguém, mesmo aqueles que fizeram questão de me ferir. Eu só quero ser feliz.

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