Detesto ficar presa em domingos, desses nostálgicos quando vou para a casa dos avós e percebo de novo que crescer e enxergar os problemas de perto acaba com qualquer encantamento. Meu avô vai enfraquecendo aos poucos e não há nada que eu possa fazer para mudar isso. Mas olho para os meus pais e penso que não quero deixá-los na mesma situação nunca. A felicidade ou os momentos felizes se resumem a um cachorro que pula o tempo todo, rouba chinelos e deita no colo dele, enfia a cabeça entre seus braços e espera por carinho até dormir. Ou então assistir futebol e opinar com firmeza sobre resultados e jogadores. Meu avô costumava cantar pra gente, coisas que ele inventava pra no final me chamar de zulunga. Ele merece mais do que isso que tem. Sempre mereceu.
Eu falo como se fosse a primeira vez. Sinto medo como se tivesse ainda quinze anos. E já que falar tudo que eu queria não tá adiantando muito, não vai mudar... eu peço que faça qualquer coisa, pra eu não ver mais beleza em qualquer lugar ou coisa que tenha você. Grata.
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